Ao site Collider, o produtor multimídia J.J. Abrams soltou o verbo. Falou sobre seu novo projeto televisivo, "Alcatraz", não fugiu das comparações entre suas crias e tocou em temas polêmicos como a possível extinção de produções serializadas, área que lhe é tão familiar.
J.J. primeiro comentou "Alcatraz" e prometeu que, ao contrário de "Lost", a série de mistério não deixará no ar perguntas que não poderão ser respondidas.
"Eu acho que aprender lições é uma coisa muito boa. Você não pode esperar que o público fique sentando fazendo perguntas fundamentais durante anos. Isso é injusto e errado, por um lado. No entanto, é necessário para criar grandes histórias. É importante não termos pessoas questionando pontos fundamentais [da trama] que nós nunca vamos responder. Seria cruel e incomum. Então, há lições a serem aprendidas com experiências anteriores. Nós temos certeza que não deixaremos as pessoas baterem suas cabeças contra a parede. Mas nunca é uma coisa boa, para qualquer série, dar todas as respostas no final da primeira temporada. Eu estaria mentindo se dissesse: 'Sim, até o fim do primeiro ano, vocês saberão tudo'. Claro que não! Mas ['Alcatraz'] é uma história de várias camadas, então não existe apenas uma resposta."
Ele admitiu que seu coração pulsa mais forte por projetos serializados, mesmo estilo adotado por novelas, com tramas contínuas, mas teme que esse tipo de atração, por não despertar tanto o interesse de telespectadores americanos, esteja em extinção. Ainda desabafou sobre erros cometidos no passado - J.J. não dá nome aos bois, mas todos nós sabemos que ele se refere à "Lost" -, mas diz ter aprendido a lição.
"Eu creio que é uma situação lamentável, porque eu adoro produções serializadas. Muitas delas são propositalmente complexas e formulam grandes perguntas que, com o tempo, se tornam irrelevantes. Eu sei o que eles tentam fazer. Quando há um mistério autêntico, ao contrário de ter apenas uma grande pergunta a ser respondida, é o que faz a trama seguir adiante. Eu sei que cometi alguns erros, mas também fiz algumas coisas que acabaram dando certo. Continuo tentando aprender com os meus erros. Ao mesmo tempo, não consigo evitar séries que tenham uma mitologia decorrente. A vida é assim. Espero que 'Alcatraz' permita a continuidade desse tipo de série a longo prazo que, semana após semana, traz a peça de um quebra-cabeças que precisa ser resolvido."
Sobre as comparações entre seu sucesso do começo dos anos 2000, "Alias", e sua nova cria "Alcatraz" ele respondeu:
"Eu amei fazer Alias. Foi um dos meus projetos favoritos. Essa série, de fato, foi criada para ser serializada. E quando fomos informados pela emissora [ABC], no início da terceira temporada, para interromper esse formato e passar a fazer episódios soltos, eu acho que a série sofreu um pouco com isso. Dito isso, [Alcatraz] foi projetada para ser uma série de casos semanais com uma grande história mitológica que desenvolveremos com o passar do tempo. Mas a premissa é que todo episódio consiste em ter esses agentes subestimados perseguindo os prisioneiros. É muito diferente de Alias e seu departamento da SD-6."
O produtor não deixou de alimentar um assunto sensível, o possível cancelamento de outra ficção científica que assina, "Fringe".
"Meu sonho é que a série tenha mais uma temporada, que no próximo ano aconteça um grande final para ela. Mas, é claro, qualquer produtor diria isso."
J.J. Abrams atualmente se ocupa com as filmagens da continuação de "Star Trek", onde retoma a função de diretor.
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