A nova minissérie bíblica da Record "Rei Davi", que estreou nesta terça-feira (24) e foi muito bem no quesito audiência deixa e muito a desejar quando o assunto é roteiro, elenco e visual.
As falas nas boca dos atores, soam como sermões, tal qual uma pregação da igreja. Os atores, alguns experientes, outros nem tanto, exageram na entonação da voz e nos trejeitos.
Nas batalhas, a luta de espadas é bizarra, cavalgar então nem se fala, foi hilário ver um soldado agarrado as crinas do cavalo, algo que para quem entende é o que há de mais amador e medonho.
A caracterização da minissérie, que custou caro, 25 milhões de reais, nem é tão boa assim. A fotografia é interessante especialmente nas cenas externas, mas os cenários internos não são lá essas coisas. A iluminação não favorece em nada as cenas.
Os figurinos pecaram pelo colorido, parece um carnaval e devem ser muito pesados, pelo menos a impressão que dá é que os atores estão carregando muito peso. Já as perucas e apliques dos atores é uma piada.
As cenas que exigiram efeitos especiais são as piores, o que ficou visível na sequência em que Davi luta contra um urso, e na que Samuel decapita um homem. O chroma-key só é bem usado quando não percebemos. Bem como os efeitos de computação gráfica que preenchem a tela. E eles foram fartamente utilizados.
A direção de ’Rei Davi’ preocupou-se mais em apresentar uma obra grandiosa de se ver na TV do que com a direção de seu elenco. Deveria ser o contrário, justamente por se tratar de uma obra bíblica, em que impressionar pelo texto bem interpretado é mais importante do que apenas pelo visual.
Todas essas imperfeições deixa claro que a produção audiovisual brasileira ainda está muito aquém da americana, tanto do cinema, quanto na TV. Comparar "Rei Davi" com grandes épicos produzidos na TV estrangeira como Spartacus é uma covardia. A televisão brasileira sabe mesmo é fazer novela, vai ter que aprender muito até fazer séries com boa qualidade técnica.
Mas apesar de tudo, acredito ser um bom começo, só espero que a Record reconheça que precisa aprimorar seus profissionais e equipamentos para que próximas produções ofereçam melhor qualidade técnica, especialmente texto e atuação.
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