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Opinião | Touch provoca emoção e reflexão sobre o mundo


Admito: "Touch", o melhor piloto da nova safra quase me levou às lagrimas. Em sua nova atração, o astro de "24 Horas" Kiefer Sutherland vive Martin, um pai extremamente dedicado a seu filho autista, Jake, que almeja uma forma de se comunicar com o garoto.

Jake tem o dom de prever eventos que ainda não aconteceram. Ou seja, pode ver o futuro e enxergar ligações que ninguém enxerga, mas só consegue manifestar suas "profecias" através de números, já que ele não fala. A missão de Martin passa a ser interpretar esses números e salvar pessoas de possíveis tragédias, como aconteceu no piloto. "Touch" contém esse tom paranormal, mas não admite isso. Talvez seja influência do fiasco de "Heroes", outra criação do showrunner Tim Kring.

A atuação de Sutherland não deve nada à de Jack Bauer no seu extinto seriado. Kiefer já demonstrou ser bom ator e seu novo personagem pode lhe render, facilmente, uma nova indicação ao Emmy de Melhor Ator.

O elenco também não faz feio. Danny Glover, o professor Arthur, especialista em crianças com dons especiais, garante a parte didática e conspiratória da atração. Mal posso esperar para ver como será sua interação com o garoto prodígio e quais teorias os dois vão formular para tentar "salvar o mundo". Gugu Mbatha-Raw, estrela da cancelada "Undercovers" encarna a assistente social Clea, que ajuda o personagem de Kiefer a decodificar as "premonições" de Jake.

A premissa da série parte da idéia de que o mundo está "conectado", cheio de relações interpessoais. Retrata um mundo onde coincidências não existem e nada acontece por acaso. O primeiro episódio eleva essa premissa à nivel internacional. Começa a entrelaçar, eficientemente, as histórias de seus personagens na América, depois as leva para a Inglaterra, seguem por Tóquio e desembocam no Oriente Médio para, posteriormente, mixar os eventos mais uma vez, com uma execução quase perfeita. Sua trama é antológica e complexa sim, mas nunca vira um samba do crioulo doido.

Embora sua premissa não seja das mais originais - e já foi abordada em uma série antes, a "Six Degrees" de J.J. Abrams -, "Touch" representa um sopro de originalidade para a TV americana, cada vez mais carente desse tipo de série, inteligente e humana.

Com o perdão do trocadilho "Touch" é mesmo tocante e exatamente do jeito que seu protagonista a descreveu em entrevistas anteriores: não é cafona, nem ter vergonha de comover. Se você ainda não conferiu o piloto, dê uma chance a série e surpreenda-se com a visão que ela oferece: o mundo é pequeno, mas não estamos sozinhos nele.

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