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Flashback | A franquia Planeta dos Macados


Por Abrahão de Oliveira

Pouca gente sabe, mas a série de sucessos "Planeta dos Macacos", é baseada em um livro homônimo chamado 'La Planète des singes', escrito por Pierre Boulle e publicado no ano de 1963.

Cinco anos depois, em 1968, Franklin J. Schaffner dirigiu o primeiro "O Planeta dos Macacos", começando uma das séries mais curiosas, interessantes e surpreendentes da história do cinema.

A história começa quando Taylor (Charlton Heston), viaja ao ano de 3978 e é obrigado a fazer uma aterrisagem forçada em um planeta habitado por macacos superinteligentes. Nessa nova sociedade, os humanos são escravizados e parecem ser primitivos, já que nem o dom da fala eles têm, o que representa claramente uma crítica à censura estabelecida naqueles díficeis anos.

Toda essa situação é uma clara crítica social, mostrando que talvez nós humanos não sejamos o ápice da evolução com pensamos. Além disso, faz as pessoas imaginarem como seria uma sociedade em que nós seríamos escravizados e tomados como objeto de estudo.

Durante toda a trama do filme, Taylor acaba ficando dependente de dois chimpanzés.Um cientista, Cornelius (Roddy McDowall) e sua mulher, Zira (Kim Hunter), que acreditam que homens e macacos têm um ancestral comum.

Vale destacar que a cena final desse filme é uma das mais marcantes da história do cinema, quando Taylor enfim se dá conta que está na Terra do futuro e não em um outro planeta desconhecido. Esse momento também é visto como um claro manifesto anti-guerra fria.

O filme foi muito bem feito, para os padrões da época, e arrecadou incríveis U$$ 32,56 milhões de dólares ao redor do mundo.

A primeira continuação – "De volta ao Planeta dos Macacos"

Devido ao estrondoso sucesso feito pelo primeiro filme, em 1970 foi lançada uma sequência para o filme: De Volta ao Planeta dos Macacos, dirigido por Ted Post. Nessa nova história, outro astronauta americando Brent (James Franciscus), resolver ir atrás de Taylor, atravessando a barreira do tempo. Só que alguma coisa dá errado e ele acaba em uma cidade subterrânea, onde alguns humanos mutantes vivem adorando uma bomba atômica que pode destruir toda a Terra.

Nesse filme vale uma série de críticas. A primeira delas é com relação ao cenário e as modificações que foram feitas. Os cenários são bem pobres e a caracterização dos mutantes humanos são bem ruins. O herói Brent, é uma fraca imitação de Taylor. E nem mesmo a aparição de Heston durante o filme consegue salvar essa produção, a ausência de Cornelius também é muito sentida. As críticas sociais tão bem representadas no primeiro filme, acabam desaparecendo e o filme acaba sendo apenas uma luta contra monstros. O final acaba salvando a produção, embora seja um tanto quanto apocalíptico

O terceiro filme – "A Fuga do Planeta dos Macacos"

Como senão bastasse a estranha continuação do sucesso O Planeta dos Macacos, foi filmado um terceiro filme, para tentar arrumar as coisas coma história. A Fuga do Planeta dos Macacos, foi filmada por Don Taylor, em 1971. Sua história conta com a participação de Cornelius, Zira e Milo que voltam no tempo e vão parar em Los Angeles, no século 20. Eles conseguem voltar no tempo, devido a explosão atômica que afeta a nave de Taylor, que eles consertaram para poder fugir do planeta condenado. Logo que eles chegam toda sua avançada inteligência começa a ser estudada pelos seres humanos, que mais tarde os enxergam como uma verdadeira ameaça para nossa sociedade. O que representa mais uma crítica social, marca registrada dessa série, que tudo que é diferente, é perigoso.

Com o decorrer do filme eles são perseguidos pelo governo, que acredita que em um futuro próximo todo o mundo será dominado por chimpanzés. Apesar de toda a perseguição do filme, Zira consegue dar à luz a Caesar,antes de ser brutalmente assassinada com seu marido Cornelius. Trata-se de um importante fato, já que ele será o protagonista do próximo filme, A Conquista do Planeta dos Macacos.

O quarto episódio – "A Conquista do Planeta dos Macacos"

No ano de 1972, logo depois do lançamento do terceiro filme da série. Como já foi citado, esse filme tem como personagem principal, Caesar, filho de Zira e Cornelius. Durante a trama, fica explicado que um estranho vírus trazido por um astronauta dizimou toda a população de cães gatos do nosso planeta. A partir daí, os humanos começaram a adotar macacos como animais de estimação.

A surpresa do filme, fica por conta de que os macacos aparentam aprender as coisas muito rápido e, dessa forma, começam a ser treinados para serem escravos do ser humano. Caesar era o único macaco inteligente e começa a observar todo esse cenário. Como um herói de um povo injustiçado, ele começa a criar planos para fazer uma rebelião e libertar seus irmãos que estão sendo escravizados. Ele consegue sua missão e se torna o rei do planeta, com os macacos no poder e os seres humanos rebaixados para criaturas que apenas dividem o planeta com eles.

O desfecho original – "A Batalha Pelo Planeta dos Macacos"

Filmado em 1973, o filme conta os fatos dez anos depois da vitória símia sobre os seres humanos. Caesar é um governante justo e honesto. Ele optou por tratar com gentileza os seres humanos, fato não aprovado pelo seu principal general: o gorila Aldo. Ele acredita que os gorilas precisam se livrar dessa espécie que representam uma ameaça ao domínio símio, o que gera uma grande guerra civil entre os macacos. Tudo piora quando os seres humanos se juntam e começam a tentativa de retomar o planeta Terra.

Como curiosidade desse filme, vale destacar que aparecem alguns seres humanos afetados pela radiação que são semelhantes aos do segundo filme, que tem poderes mentais. Eles surgem durante uma expedição que vai em busca de dados sobre os pais de Caesar, encontrados no cenário do segundo filme, a New York destruída e desabitada.

O filme cria várias dúvidas interessantes e reflexivas para o especatador. Será que se Cornelius e Zira tivessem morrido, os macacos teriam conseguido evoluir até esse nível? Seria o filme um prelúdio disfraçado de sequência?

A franquia “termina” com uma cena repleta de lágrimas e a paz estabelecida entre os humanos e os macacos. O filme mostra que não são somente os humanos que são ruins, mas todas as criaturas têm seu lado mal. O que acontece é que os ruins não podem tomar o poder, para que as boas criaturas não sofram em suas mãos. Tudo isso é resolvido pelas mãos de Caesar, que consegue estabelecer a tão esperada paz.

Conclusão

A história original é muito bem feita e fundamentada. Diversas críticas são feitas às continuações. Embora alguns deles deixem a desejar, a história tem um bom fio condutor que leva o espectador a querer saber o que vai acontecer.

A saga é interessante pelas críticas sociais que faz. Preconceito, censura, domínio bélico e coisas do gênero são abordadas espetacularmente pelos personagens do filme. E mais que isso, mostra o possível “ódio” que outras espécies possam ter de nós humanos, por tudo que temos feito ao planeta Terra.

Os outros dois filmes – Tim Burton e "O Planeta dos Macacos: A Origem"

Passadas as continuações do original, O Planeta dos Macacos, dois filmes tentaram aproveitar o sucesso da franquia. Um deles foi dirigido por Tim Burton e contou com a participação de Mark Wahlberg. Lançado no ano de 2001, mereceu diversas críticas por fugir ao contexto original. Na trama, Leo Davidson (Wahlberg) sofre um acidente em uma espaçonave em 2029 e volta para um planeta primitivo dominado por macacos. Bem parecido com o primeiro filme. Ele começa a organizar os humanos para lutar contra os tiranos oprimidos, que têm os humanos como escravos. Filme mais de ação do que com história. Vale assistir pela diversão, já que conteúdo não é seu forte.

Lançado no fim do ano passado, O Planeta dos Macacos: a origem, dirigido por Rupert Wyatt, tenta explicar todos os acontecimentos da série. Tudo começa com a tentativa de curar o Alzheimer do pai de Will Rodman (James Franco), principal personagem do filme. Uma chimpanzé fêmea consegue resultados impressionantes, mas inesperadamente fica agressiva e foge da jaula. Morta, ela consegue dar a luz a Caesar, que é levado para casa por Will. O macaco cresce com uma inteligência incrível e começa a explorar o mundo exterior. Em uma dessas fugas, ataca um ser humano e é removido para um centro de primatas, a partir daí, começa ver como os macacos são criados e arma uma revolução. Seu objetivo no primeiro momento não é tomar o planeta, apenas alcançar a liberdade. O filme explica o começo da inteligência dos macacos. Traz uma qualidade considerável e os efeitos são muito bons, mas foge ainda do conceito de crítica social estabelecido pelos filmes antigos.

Resta saber se vão existir boas continuações, com as críticas sociais, ou a franquia vai parar por aí.

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